19 de nov. de 2015

Relato de desmame

Voltando ao blog depois de um tempão com o relato do desmame da Ceci.

O processo de desmame por aqui foi bem lento, concluo que da minha decisão de acabar com a livre demanda até o desmame foram 9 meses.
Amamentei exclusivo até o sexto mês. Então começamos gradualmente a introdução alimentar, que foi bem frustrante pra mim, pois a Ceci quase não comia. Fizemos um pouco de BLW, um pouco tradicional (papinhas, frutinhas amassadas) e aos poucos ela foi comento melhor. Voltei a trabalhar quando ela completou 7 meses e seguimos firmes na amamentação, ordenhava no trabalho e deixava leite pra ela tomar enquanto eu não estava em casa. Mas ela não curtia muito, quase nunca tomava tudo, isso que não era muito que eu deixava.
Com 9 meses parei de deixar leite (ordenhar), pois ela já se alimentava um pouco melhor e eu reduzi meu horário de trabalho.
Com 1 ano começou na escolinha.
Seguimos na LD enquanto estávamos juntas até 1 ano e 3 meses. Quando eu estava em casa ela mamava de hora em hora. Em todo lugar, por qualquer motivo.
Comecei e me incomodar de dar a teta a toda hora por essa época e com apoio familiar decidimos começar a controlar as mamadas do dia, com muito amor e respeito, tentando oferecer outras coisas (suco, fruta, lanches, brincadeiras, carinhos). Muitas vezes era tédio e eu comecei a brincar mais, sair de casa também ajudava, íamos bastante para a pracinha. E assim começamos a espaçar as mamadas.
Depois foi o desmame noturno, primeiro decidimos que ela iria dormir no quarto dela, pois até aí ela dormia do ladinho da gente. Nosso colchão no chão e o dela encostado, somente com um desnível. Ela nunca gostou de dormir coladinha e foi super de boa pro quarto dela. Então, com muito apoio do pai que começou a atendê-la a noite começou a mamar menos a noite, porém a cada mudança de rotina (viagem, gripe) voltava a mamar a noite.
Com a ideia de tentar fazê-la dormir mais horas seguidas a noite acabamos introduzindo uma mamadeira antes de dormir (por sugestão da pediatra).
Com 1 ano e 11 meses tinham noites que dormia 8 horas direto, outras acordava, chamava por nós e pedia mamá, mas se negado aceitava água ou um colinho/chamego e dormia logo em seguida. Outras noites, mais raramente, ficava acordada um tempão e só dormia novamente com o mamá.
Entrei num grupo de apoio ao desmame consciente, conversei com uma amiga que tinha desmamado e filha dela há pouco e decidi que estava pronta e me encorajei de fazer o desmame completo. Como eu disse a Ceci estava mamando 1 ou 2 vezes por dia, a principal mamada era por volta das 5 ou 6 da manhã, mamava e dormia mais 1 ou 2 horas. Expliquei pra ela que não tinha mais mamá e durante a primeira semana ela acordava nesse horário e dava uma choramingada quando eu dizia que o mamá tinha acabado. Oferecíamos água ou algo pra comer. Mas ela se adaptou bem rápido. Começou a acordar definitivamente mais tarde. Pediu mamá mais algumas vezes, mas quando eu dizia que tinha acabado ela já nem tava mais prestando atenção.
Se ela não está bem com alguma coisa, ainda acorda de noite, chama pela gente, pede um aconchego. Mas em geral tem dormido a noite inteira.

Foi uma história bem bonita pra nós, que durou quase dois anos. Acho que não existe uma fórmula fórmula para o desmame, cada mãe/bebê/família vai encontrar o seu caminho, que não é fácil. Pra mim foi  muito importante ouvir outras histórias de amamentação e desmame, por isso partilho esse relato.

Último registro da Ceci mamando.

Uma coisa muito importante é que perto dos 18 meses da Ceci comecei a sentir muito incomodo durante algumas mamadas, o que vim a descobrir que se trata da "agitação da amamentação", mas nem sabia que existia esse nome. As vezes me sentia como se estivesse sendo abusada, semelhante a um estímulo sexual. Muito, muito, muito ruim!! Outras vezes uma irritação e uma ansiedade para que acabasse logo aquela mamada. Algumas vezes mais forte outras só um desconforto, e na grande parte das vezes continuava sendo um momento gostoso de conexão e muito carinho pela minha filha.
Essa ansiedade ocorria principalmente se eu estivesse muito cansada ou se ela demandasse muito mamá, por estar gripada, por exemplo.

Contribuição da amiga Amalita

Chega um momento em que o corpo
Dispara
Dis-para
Diz para!
Então tá,
Pararei

Mimo Ferreira

13 de jul. de 2015

Novas da Ceci

Atualizando...

Faltou mencionar que a Ceci chama a sua bisavó Neuza, de Neuzinha, da mesma forma que minha mãe a chama.

E ontem, veio nos visitar uma amiga muito querida, amizade da minha infância. Papo vai, papo vem e a Ceci em nossa volta, brincava um pouco, conversava com a gente. Foi ficando noite e ela com sono diz "acabou o assunto!". Hehehehe! Do tipo, chega de papo que agora eu quero minha mãe!

11 de jul. de 2015

22 meses

Cecilía completou 1 ano e 10 meses no último dia 27. Está uma figura! Se por um lado está maravilhoso ficar com ela, que já fala de tudo um pouco, inventa brincadeiras e canta o tempo todo, por outro, está bem cansativo lidar com as birras. Ainda mais que no ultimo mês tivemos três viroses por aqui, que deixaram a Ceci bem amolada e irritada (uma super gripe, estomatite e um resfriado). Acho que o ponto fraco da Ceci é o sono. Pra dormir tranquila, tem que estar tudo perfeito, se algo mínimo está incomodando já tem um sono super agitado e entrecortado o que acaba deixando ela mais jururú!
Mas vamos as partes boas! Ceci fala de tudo. Realmente tem a fala super desenvolvida pra idade dela, forma frases de tudo que é tipo, conjuga verbos, reconhece o gênero das palavras e das pessoas, sabe muitas músicas, conta até dez, está começando a reconhecer as cores e fala umas pérolas muito engraçadas. Pena que a gente vai esquecendo, mas aqui tem umas que eu anotei pra não esquecer.

Fala, com as duas mãos na boca, e entonação de surpresa: "meu deus!" "não aquedito!"

Estava na casa da vovó Cida e do vovô Sergio escolhendo os sabores da pizza que iam pedir. A vovó Cida disse "pra Ceci vamos pedir vegetariana" e a Ceci "adooolo pizza vegetaliana!"

Do nada disse "a mamãe é a pefelida!". Pra morrer de amor!

Depois de muita insistência do papai "o papai é pefelido!"

O Pedro perguntava "o papai é fera?" e ela respondia"o papai é fela!" Mas depois que começou a se dar conta da concordância nominal começou a dizer "o papai é felo!"

Quando vai dar oi pra mais de uma pessoa "oi pessoals!"

Estávamos comendo sopa um dia desses aqui em casa. Eu, Pedro e Ceci sentados à mesa e o Pedro me pergunta "Marina, tu quer cheese", ele sempre fala em ingles pra Ceci não entender, pois ela adora queijo e sempre quer mais. Ao que a Ceci diz "eu quero cheese, queijo, eu quero". Como assim, já entende inglês? Socorro!

Esses dias ela fez uma coisa legal e eu disse pra ela "muito bem garota!". Ela adorou e caiu na gargalhada, pedindo pra eu repetir. Repeti várias vezes e ela adorou, riu muito.
Alguns dias depois ela disse:
- a Ceci é galota.
E eu dei corda:
- e a Frida é garota?
- a fida é galota.
- e a mamãe é garota?
- a mamãe é galota.
- e o papai é garota?
- o papai é galoto!

Do nada começou a cantar cheia de sentimentos "encosta tua cabecinha do meu ombo e cholaaaaa!" Adora essa música que a vovó Cida ensinou!

Pede pra gente pegar ela de nenezinho "colo de nenezinho, mamãe".





8 de mai. de 2015

Desenhando

Hoje pela manhã, eu atrasada pro trabalho, pronta pra sair e a Ceci bem tranquila desenhando e pedindo que eu desenhasse junto com ela. Digo que estou atrasada, que temos que sair e que quando voltarmos da escolinha vamos desenhar. Ela com um lápis na mão fazendo que ia desenhar no chão e eu digo:
- Ceci, onde a gente desenha? No pa...
- Tio, pátio. Diz a Cecília

Tem como não morrer de amor?

6 de abr. de 2015

Mamazinho

Que a Cecília é uma tagarela, vocês já estão sabendo, mas a figurinha agora deu pra pedir "mamazinho" quando quer mamar. Uma figura! E nos últimos dias anda super mamona. Ouço ela me chamar umas 385 vezes por dia: "mamãããeee! mamãe! oi! mamãe malina! mamazinho!"
Também começou a cantar algumas musiquinhas, como: "cai cai blão, a mia mão" e aponta pra mão; "parabénse" e bate palmas, faz as bonecas e ursinhos baterem palma também, depois começa "big, big, big, hola, hola, hola, tim, bum! cecila!"; outra que ela adora é o "jacaré passando a lagoa", essa é a minha preferida, porque ela se concentra muito pra cantar. Já tentei filmar ou gravar, mas sempre que pego o celular ela se distrai e pára de cantar.

No feriado de páscoa curtimos muito com a família, vimos todos os avós da Ceci. Sexta passamos o dia na casa da vó Cida e do vô Sergio e comemos bacalhau. A tarde fizemos uma sessão de pinturas, a Ceci com tinta guache no papel e os adultos pintaram uns banquinhos de madeira com tinta esmalte. Não sei quem se divertiu mais.


Sábado almoçamos com o vô Julio e tarde fomos assistir uma peça de teatro, a Orquestra de Brinquedos. A Ceci estava toda animada, mas quando os soldadinhos de chumbo entraram no palco ela entrou em pânico, ficou com muito medo e tivemos que sair. Acabamos indo no Parcão curtir o fim do sábado. Ainda antes de dormir a Ceci recebeu a visita do dindo Fischer, que ela estava com muita saudade.
Domingo fomos passar o dia na casa dos meus pais de novo. A vó Bete também foi. Fizemos uma super churrascada com mais uns amigos dos meus pais. Estava um dia bem chuvoso e a Ceci passou a tarde mau humorada, acho que estava cansada.
Saiu de banho tomado e pijama da casa dos avós e chegou dormindo em casa. Dormiu nove horas seguidas sem pedir mamá! E a gente comemora!!

28 de mar. de 2015

Relato de parto 4/4

Terminando o relato!

As contrações seguiram num ritmo bom, eu fiquei quase todo o tempo no chuveiro, mas depois de umas 2 horas de água quente comecei a me sentir cansada, não achava mais posição e rebolado que aliviasse a dor. Saí do banho, me sequei e fui tentar descansar um pouco. Nesse momento a dor começou a ficar um pouco mais intensa, então resolvemos chamar a Zezé. Ela chegou lá em casa umas 5:00 e renovou minhas energias. Sugeriu posições, rebolados, vocalizações e me vez uma massagem deliciosa nas costas com óleo, mostrando também para o Pedro como fazer. Depois sugeriu que eu voltasse para o chuveiro e ficasse me balançando na bola, para ajudar a Cecília a descer. Ela fez uma alça com um lençol que ela prendeu no box para eu poder me segurar e me pendurar um pouco também. Fiquei uns cinco minutos me balançando na bola e senti a Cecília descer, achei que ela fosse nascer! Coloquei a mãe na vagina e senti uma bola bem durinha já um pouco para fora, pensei que fosse a cabeça!
A equipe médica não havia chegado ainda, na verdade não havíamos chamado o Ricardo e a Zeza, só havíamos deixado eles de sobreaviso. Mesmo assim eu estava muito calma, sabia que se ela fosse nascer, ela nasceria. A Zezé pediu pro Pedro ligar pro Ricardo, pedindo que eles viessem rápido, pois a Cecília já estava coroando. No meio da partolândia, meio chorando, pedi pro Pedro ligar pra minha mãe, que ia viajar naquele dia, dizendo para ela não ir que eu estava em TP. O Pedro ligou pra ela e disse que achava melhor ela não viajar, pois eu estava sentindo algumas contrações.
A Zezé sugeriu que eu fosse pro quarto, mas eu não queria sair do banheiro, estava muito quentinho ali. Então o Pedro sentou na patente com as pernas abertas e eu sentei no colo dele, como se fosse uma banqueta de parto. Ele ficou me fazendo carinho, apoiando minhas costas, respirando junto e dizendo palavras de incentivo. Nisso, a Zezé viu que não era a cabeça da Ceci que estava meio pra fora e sim a bolsa, cheia de líquido bem transparente, que ainda não havia rompido. Após algumas contrações a bolsa rompeu e eu comecei a sentir os puxos.
Então chegou o Ricardo e a Zezé. Trouxeram a banqueta de parto e eu logo me acomodei na banqueta que foi colocada na frente da patente. Estávamos em seis no banheiro. Eu na banqueta, atrás de mim o Pedro me amparando e fazendo carinho, atrás do Pedro a Zezé, amparando o Pedro. Na minha frente, sentada no chão a Zeza, que foi verificar os batimentos da Ceci, e atrás da Zeza o Ricardo, tirando fotos e filmando. Os puxos vinham fortes e eu tinha muita vontade de fazer força, era uma coisa louca, involuntária. A Zeza dizia pra eu tentar não fazer força, só respirar, ela também começou a fazer compressa quente com oléo no meu períneo, que ajudou muito na ardência que eu comecei a sentir, o famoso círculo do fogo. Acho que foram uns 5 puxos e eu comecei a sentir câimbra no pé. A Zeza sugeriu que eu me levantasse um pouco e me segurasse no suporte das toalhas. Foi o que fiz e então, veio outra contração muito forte e senti a Cecília deslizando de dentro de mim, todinha de uma só vez. Foi um prazer enorme!
A Zeza pegou a Cecília e enrolou numa fralda e me entregou aquele pedacinho de gente, quentinho! A Cecília estava sorrindo, linda! A placenta saiu logo em seguida, com mais uma contração. A Ceci só começou a chorar por causa do frio que estava. Nasceu bem magricelinha, com 2.980 g, 50cm, as 8:45, com 39 semanas e 1 dia.

27 de mar. de 2015

Relato de parto 3/4

...
No domingo eu e minha mãe terminamos de fazer o enfeite pra porta com o nome da Cecília e eu coloquei uma foto no facebook dizendo "agora ela pode nascer". Mal sabia eu que a Cecília tinha ouvido o chamado. Na segunda completei 39 semanas e fui trabalhar normalmente. Tinha planejado trabalhar somente pela manhã naquela semana para gastar meu banco de horas e começar a diminuir o ritmo. O Pedro também estaria em casa pela tarde e aproveitamos o dia frio e chuvoso para ficarmos aconchegados em casa. Com toda a chuva faltou luz e ficamos assistindo um seriado no que restava da bateria do notebook. Comecei a sentir algumas contrações e a cada contração eu olhava o tempo do seriado, sentia contrações indolores de mais ou menos 15 em 15 minutos. Fiquei super feliz por estar sentindo contrações de treinamento, que quase não havia sentido ainda. Pensei, é o meu corpo se preparando, mas nem pensei que podia ser o início do TP. Depois acabou a bateria e resolvemos ler um livro que uma amiga tinha emprestado "o que esperar quando você está esperando", não tinha ficado com vontade de ler antes, pois ele falava da gestação mês a mês e citava muitos sintomas e eu pensei que podia ficar paranoica ou ansiosa., mas naquele momento foi ótimo, lemos o capítulo que falava sobre trabalho de parto, foi ótimo rever o que já tínhamos estudado.
A tardinha a luz voltou, comemos e nos arrumamos pra ir na última aula do curso de gestantes que a equipe de parto oferecia. A aula era das 20h as 22h. Lá comentei que estava sentindo algumas contrações, mas ninguém deu bola (nem eu), pois estava muito bem. No fim da aula começou a ficar desconfortável ficar sentada e resolvi começar a me mexer um pouco, aliviando o incomodo que eu estava sentindo.
Terminou a aula e fomos pra casa. Chagamos, nos arrumamos e fomos deitar bem aconchegados para nos esquentar. Comecei a acordar de tempo em tempo com uma pequena cólica, assim que passava eu dormia novamente, era como uma cólica menstrual fraquinha no baixo ventre. Depois de um tempo acordando resolvi ver de quanto em quanto tempo estavam, a cada acordada eu marcava num aplicativo que eu tinha baixado no celular. Depois de um tempo, vi que estavam de 5 em 5 minutos, as vezes de 4 em 4. Lembrei que o melhor era tomar um banho bem quente e demorado, tinha certeza de que não era TP, pois ainda era muito cedo pra Cecília chegar. Acordei o Pedro pra ele arrumar o chuveiro que tava vazando água gelada no meio da água quentinha e me fui pro banho. Já que tinha acordado, o Pedro resolveu ficar comigo pra ajudar a marcar as contrações. Eu avisava quando vinha e quando ia e a impressão que eu tinha é que estavam mais espaçadas. Fiquei um bom tempo no chuveiro, e o Pedro me disse que estavam de 4 em 4 minutos e as vezes de 3 em 3 e eu ainda achando que não era TP.
Eu conseguia raciocinar muito bem ainda e a dor era bem tranquila. Me deu vontade de fazer coco, fui pro vaso fiz coco e junto saiu o tampão. Uma bola de muco e as contrações continuavam bem ritmadas e eu ainda sem acreditar que a Cecília estaria nos meus braços em pouco tempo. Hehehehe!
Resolvemos avisar a equipe médica, eram 2:00 do dia 27/08/2013. O Pedro ligou para o Ricardo que atendeu no segundo toque, o Pedro sempre comenta que ficou impressionado com a rapidez que ele atendeu e que não parecia estar dormindo pelo tom de voz. Ele nos orientou a ligar pra Doula Zezé, que ela viria primeiro ver como estávamos e assim que fosse necessário ele e a Zeza viriam. Ligamos pra Zezé, que disse para eu continuar me mexendo, usar e abusar do banho quente, já que fazia muito frio e para ficarmos os dois (eu e o Pedro) curtindo o momento juntos. Esse sempre foi o meu desejo durante a gestação, de que durante o trabalho de parto, estivéssemos somente eu e o Pedro, num ambiente bem íntimo, e assim foi.